Você não sabe exatamente como as coisas funcionam até que viva elas na prática.
Se colocar na “pele” do outro seria perfeito para entender a diversidade.
Bom, gostaria de começar dizendo que não sou especialista no assunto em questão, não tenho a pretensão de ser a “dona da verdade” e nem tenho pesquisas ou estudos sobre qualquer assunto abordado aqui. Tenho a experiência de vida, sofrimento e dor... Que também não é diferente de muitas pessoas. A seguir segue um relato das minhas vivencias pessoais. Simplesmente coisas que deram certo, coisas que deram errado.
A percepção mais interessante e que me ajudou a entender a minha vida e de como as pessoas me veem , é de que as pessoas veem a gente como a gente se vê. Parece confuso, vou explicar:
Tive uma infância frustrada e triste. Talvez, não pelos mesmos motivos da maioria das crianças brasileiras. Por fome, falta de educação, infância perdida, ausência dos pais, etc. Essas mazelas que nós que vivemos no Brasil conhecemos bem. O meu sofrimento era solitário, interno, escuro. Eu não me entendia e as pessoas também não me entendiam... tudo por não saber quem eu era... me frustrar por não ser menina como minha irmã. Tornava-me cada vez mais uma pessoa amarga e negativa. Odiava as pessoas por que elas me faziam sofrer. Isolava-me e não me comunicava. Certa vez na escola, um colega desenhista fez a caricatura de todos da sala de aula. Fiquei super curiosa de ver a minha, já que todos olhavam a sua e riam muito... pedi que ele me mostrasse . Não consegui identificar a minha imagem em todos aqueles rostos distorcidos e engraçados... Dai perguntei a ele: Qual desses personagens aqui sou eu? Ele mostrou com o dedo: _ “esse”. Eu, sem entender perguntei: _Mais isso é só um pequeno risco?
Sentei ao lado de uma colega e perguntei: Como você me vê? Ela respondeu, com uma fisionomia de interrogação. _Não sei!!! De todos nossos colegas você é o único que não sei dizer, se é bonito, feio, simpático, alegre, triste, ...
Não queria ser um “risco”, mas certamente não sabia quem eu era.
Continua...